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segunda-feira, 2 de março de 2015

Casamento: O segredo para sua felicidade e bem-estar




Antes de falar sobre o tema do artigo quero começar com uma pergunta para cada um de nós pensar:


O que é o casamento?

Apesar das diferentes definições culturais, sociais e até pessoais, que possam existir quando vamos tentar explicar o que é o casamento há, no entanto, um ponto comum – o casamento é a união de duas pessoas que se amam que fizeram o compromisso de cuidarem, amarem e apoiarem uma à outra de forma incondicional.

Podemos então concordar que a base de um casamento é o amor e tudo que esse sentimento maravilhoso envolve.
Segundo as conclusões de um estudo realizado no Reino Unido e feito a 165.000 pessoas, o casamento é o fator mais importante para a felicidade de uma pessoa do que as coisas materiais, que incluem o salário ou até a casa em que se vive.

Acima do casamento estava o fator saúde e o fator emprego; estando o casamento em terceiro lugar nessa lista. No fundo, o fator saúde e emprego têm um grande impacto na vida do casal. Numa família em que um ente querido fica muito doente ou caso se caia numa situação de desemprego toda a dinâmica do casal irá mudar. Apesar de o amor ainda existir entre o casal, o nível de felicidade irá diminuir porque falta saúde e falta o sustento. Por outro lado, um fato como ter um salário elevado ou ter uma casa muito boa não se aproxima do nível de felicidade que o casamento produz.

Casamento: Chave para a felicidade

Uma vez ouvi um amigo contar sobre uma entrevista que foi feita a uma pessoa que era muito rica. Esse empresário bilionário disse ao jornalista que ele tinha tanto dinheiro que tinha um carro com uma cor diferente que combinava com um terno que ele usava, ou seja, se ele hoje fosse sair com um terno azul então ele iria no carro azul. Também contou que se quisesse ir a qualquer lado do mundo ele apenas precisava entrar no seu jato e estaria no seu destino em apenas algumas horas. Esse homem tinha mais dinheiro do que a maioria de nós deseja alguma vez ter, mas ele disse uma coisa ao jornalista que mudou tudo – "eu posso ter dinheiro para fazer o que quero, posso ter tido a oportunidade para viajar por todo o mundo, mas eu não sou feliz".

Esse homem tinha tudo que muitos desejam ter, mas ele descobriu, por experiência, que as coisas materiais não trazem felicidade. Um emprego pode dar sustento e um bom emprego pode dar conforto, mas o que vai além disso não traz felicidade. O que nos deixa realmente felizes é quando temos alguém com quem partilhar todos os momentos da nossa vida; quando temos alguém em quem podemos confiar, apoiar, cuidar e, sobretudo, alguém que podemos amar e que nos ama.

"A diferença entre um casamento comum e um casamento extraordinário é dar um pouco 'extra' a cada dia, o mais rápido possível, enquanto os dois viverem." Fawn Weaver




sábado, 28 de fevereiro de 2015

10 sinais de que além de um bom marido, ele será um grande pai


Olá leitores vamos falar sobre família? então vamos;
É perfeitamente natural que, em determinado momento, os namorados passem a pensar num relacionamento mais sério e surjam os planos de casamento.


Você reconhece que seu namorado dá sinais constantes de que será um marido companheiro e dedicado. No entanto, para a sua felicidade você quer formar uma família com filhos, então vale a pena analisar se além de bom marido, seu eleito pode ser também um grande pai.

Inspirada no artigo, listei alguns sinais que merecem a sua observação em relação a ele:

1- É atencioso

Ele é cuidadoso com os aniversários e outras situações ligadas a você e a família de origem, demonstrando ser uma pessoa que valoriza a afetividade. Um homem atencioso com os familiares costuma ser comprometido com a família e essa é uma grande qualidade para um pai.

2- É divertido

Ele é brincalhão e gosta de contar piadinhas engraçadas; adora se divertir com você e é muito bem-humorado. Um homem alegre gostará de brincar e participar das atividades dos filhos.

3- É parceiro

Um namorado que admira parcerias, que aceita com alegria realizar as vontades da namorada, como por exemplo, assistir a um filme da sua preferência, isto é, alguém que prefere sempre o "nós" ao "eu". Esse homem será companheiro de seus filhos e participará com alegria de suas atividades.

4- É cuidadoso

Ele é protetor sem ser controlador. Mostra-se cuidadoso com você e está sempre pronto a defendê-la, preocupado com sua saúde e bem-estar. Esse caráter benfeitor será muito precioso ao desempenhar o papel de pai.

5- É habilidoso

Ele se envolve com trabalhos práticos em casa, inclusive com pequenos consertos e conservações necessárias. Enfrenta problemas com disposição, sem se deixar abalar por eles. Certamente será um bom exemplo para seus filhos, ensinando-os a não fugir das dificuldades e ser habilidoso diante dos problemas.

6- Gosta de crianças

É importante que ele demonstre gostar de crianças; que sorria para os bebês na rua, que dispense atenção a elas, que goste de brincar e, sempre que pode, faz algum programa com sobrinhos, por exemplo, sendo a alegria da meninada.

7- Mantém a calma sob pressão

Um homem equilibrado mantém sempre o controle, mesmo nas situações mais complicadas, buscando a melhor forma de resolver as questões sem agressividade ou violência. Ao ser pai estará apto a resolver as dificuldades ligadas aos filhos, tendo controle sobre as complicações e surpresas comuns.

8- É paciente

Ao mesmo tempo em que assume suas responsabilidades com assertividade, mantendo ações que facilitem esse cumprimento, também sabe ser paciente quando as coisas não acontecem exatamente como deseja. Sabe tanto construir rotinas, como quebrá-las se for preciso. Quando pai saberá lidar com questões que fujam ao planejado com paciência e discernimento.

9- Demonstra afeto

É um namorado amoroso, que demonstra continuamente seus sentimentos com pequenos gestos de carinho e afeição. Esse deverá ser um pai extremoso, cuja presença afetuosa será de especial importância na vida dos filhos.

10- É gentil e respeitoso

Um homem generoso, que se preocupa com o bem das pessoas com quem convive e que é respeitoso ao tratar todos, principalmente a você e a família, é um ser humano que será um educador precioso para os filhos que terá.

Se seu namorado cumpre os sinais expostos acima, certamente você deve planejar com ele uma família, afinal ele demonstra ter as qualidades necessárias para ser um pai de família exemplar.

domingo, 27 de julho de 2014

6 maneiras de construir a confiança em seus relacionamentos


Confiar em outras pessoas não é algo que acontece do dia para a noite. Colocar sua confiança em alguém é algo que leva um tempo para se fazer. Uma vez que a confiança é estabelecida, é importante respeitá-la. Se não, o que se levou tempo para construir só vai levar alguns segundos para desmoronar.

Muitas vezes, você é capaz de reconstruir a confiança, se você e a outra pessoa estiverem dispostos a se darem tempo. Mas, no fundo da sua mente, você sempre terá dúvidas. Em alguns casos, você perde a confiança em alguém e decide que não vale a pena tentar reconstruir. Além disso, você começa a ter problemas para confiar em outras pessoas.
Há não muito tempo, eu perdi a confiança em uma boa amiga. Ela conseguiu transformar as muitas conversas privadas que compartilhamos em uma exibição pública. Ela prometeu me apoiar durante os tempos de necessidade e nunca cumpriu sua promessa. Depois de aceitar desculpa após desculpa, percebi que a confiança era unilateral. Uma situação semelhante ocorreu com um casal de membros da família. A informação que eu compartilhei com eles foi usada contra mim. Eles conseguiram distorcer minhas palavras. No momento em que percebi que eles se aproveitaram da minha confiança, eu decidi manter distância. Mesmo querendo dar-lhes outra chance, não tinha certeza de como fazê-lo.
Enquanto participava de um retiro da igreja a respeito de confiança, eu aprendi lições que teriam me beneficiado durante essas situações. Aprendi que quando se trata de reconstruir a confiança, é preciso mais do que uma pessoa. É necessário incluir todas as partes envolvidas na questão. Às vezes, a promessa de uma pessoa que ela vai se esforçar para ser digno de confiança novamente nem sempre é suficiente. Existem maneiras que podem ajudá-lo a reconstruir a confiança ou criar confiança em alguém novo em sua vida. A coisa importante a lembrar é que vai demorar uma quantidade significativa de tempo para construir.
Os relacionamentos de - família, amigos, colegas de trabalho, casamento ou pais e filhos - nunca devem ser baseados em uma confiança unilateral. Relações desse tipo não funcionam. Portanto, seguir essas técnicas pode ajudar a construir a confiança em seus relacionamentos:

1. Contato visual

Se você é uma pessoa tímida como eu, é normal ter dificuldades de contato visual. No entanto, timidez nem sempre é o caso. As pessoas tendem a olhar para longe, quando não têm certeza das intenções de alguém ou porque têm algo a esconder. Portanto, quando você está prestes a abrir-se para uma nova pessoa em sua vida ou dar a alguém uma segunda chance depois de uma perda de confiança, faça uma tentativa de confrontar a pessoa olho no olho. Se a pessoa responde fazendo contato visual e mantendo uma atitude calma, então você sabe que há potencial para um relacionamento de confiança.

2. Conhecimento mútuo

Muitas vezes os adolescentes estão certos de que seus pais não os compreendem e não podem ser confiáveis com certos sentimentos. Em vez de desligar as linhas de comunicação, estabeleçam um dia da família. Neste momento, perguntem-se uns aos outros o que gostam e o que não gostam ou opiniões sobre determinados assuntos. Ao abrirem-se um ao outro, os pais e os filhos vão aprender a baixar suas guardas, a compreenderem o valor de seu relacionamento, e começarão a desenvolver confiança um no outro.

3. Esclareça o incidente

Nem todo mundo trai a confiança de alguém intencionalmente. As pessoas cometem erros o tempo todo, às vezes sem perceber o que fizeram. Em vez de se afastar da relação de imediato, dê ao incidente algum tempo para esfriar e em seguida, fale sobre o que aconteceu. Dependendo de como a pessoa reage à discussão, você vai ter uma noção se ela é verdadeira ou não. Se o tom é indiferente ou o pedido de desculpas não parece sincero, as chances são de que ela não tem nenhum remorso por seus atos.

4. Mantendo a sua palavra

Encontramo-nos em relacionamentos com pessoas que continuamente fazem promessas que não podem cumprir. Se perguntarmos a respeito elas dão uma desculpa a cada vez. Mas se alguém tem honestamente seu melhor interesse em mente, irá manter a promessa feita.

5. Falando de coração

Opiniões e conselhos de familiares e amigos devem vir do coração. Quando isso acontece, eles falam com preocupação e ternura e sem julgamentos. Eles são cuidadosos com os seus sentimentos.

6. Os sinais de melhora

Se as pessoas são sinceras sobre querer mudar os seus hábitos e ganhar a sua confiança, vão começar a mostrar sinais de melhora. Promessas serão mantidas. Elas vão apoiá-lo quando você precisar delas. Elas serão honestas e não vão repetir os mesmos erros novamente.
Depois de quebrar a confiança de alguém, vai levar tempo para reconstruir. E, em alguns casos, pode nunca ser recuperada. A confiança é um componente vital em qualquer relacionamento e nunca devemos achar que está garantida.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

A importância da família

Como assegurar uma vida familiar tranquila

família na cama 
 
Seja uma vida a dois, a três ou já bastante mais numerosa, a harmonia familiar é o elemento mais importante dentro de uma casa e a diferença entre quatro paredes e um tecto… e um lar. Onde todos ajudam nada custa, desde que estejam sempre abertas as linhas de comunicação: saber falar e saber ouvir.

Respeito. A chave para qualquer relação bem-sucedida, o respeito deve ser o pilar de todas as famílias, onde tem um papel abrangente: respeito pelas ideias e ideais, pelos sentimentos, bens pessoais, espaço, tempo privado …tudo aquilo que faz das pessoas quem elas são. Também não gostaria que alguém passasse a vida a tentar mudar quem você é, pois não? Respeite e exija respeito. Não deixe que as discussões e zangas controlem a sua vida familiar. A vida é muito curta para perdermos tempo com chatices e quezílias. Para além disso, a família é para sempre. Aprenda a viver com ela.

Canal aberto. Comunicação, comunicação, comunicação. Já dissemos comunicação? Juntamente com o respeito, a arte de comunicar é, certamente, uma das chaves de uma vida familiar coesa e apetecível. Todos os elementos da família deverão sentir que podem falar acerca de tudo o que quiserem e precisarem com a sua família… se não puderem, com quem irão desabafar? Procurarão outras pessoas (que podem até ser as menos indicadas) e, pior, pode não fazer a mínima ideia do que se passa no seio da sua própria família. São pequenas coisas que podem ajudar a manter a "emissão no ar": juntarem-se todos à hora de preparar o jantar e conversarem, utilizar as refeições para todos falarem um pouco do seu dia, passar alguns minutos a sós com os seus filhos na hora de se deitarem, não esquecer a sua cara-metade no meio da pequenada, não deixar que ninguém vá para a cama zangado. Nunca.

Para o bom e para o mau. O John Lennon um dia disse que "a vida é o que acontece quando estamos ocupados a fazer outros planos"… e não podia estar mais certo. Um dia vivemos num mar de rosas e no dia seguinte, estão todas murchas e há que mudar a água. Nos dias que correm, estar presente nos momentos mais felizes da vida da sua família já é muito bom, mas estar presente quando tudo isso parece desabar é tão ou mais importante. As coisas nem sempre vão correr como planeadas e a vida estará sempre recheada de surpresas, algumas melhores que outras. Para enfrentar as fases mais difíceis, nada como pensamento positivo, cabeça fria e reuniões de família. A união faz a força, certo?

Ceder para viver. Fazer tudo à sua maneira, sem pedir a opinião de ou informar o seu marido ou mulher, nem sempre será a forma mais correcta de lidar com assuntos familiares. Muitas vezes, até as crianças e os jovens devem e têm de ser ouvidos. Família é mais do que um e, como tal, existem várias vontades, vontades essas que têm de ser atendidas. O egoísmo é inimigo de uma vida familiar tranquila, por isso, ceda sempre que possível, esperando a mesma atitude dos restantes membros da família. Mas lembre-se: poderá ceder durante algum tempo, mas nunca para sempre.

Alegria em casa. Porquê levar as preocupações de mais um dia de trabalho para casa? Vai resolver alguma coisa lá? Era bom, mas a resposta é não. Ou seja, como os problemas profissionais continuarão à sua espera na manhã seguinte, aproveite o (pouco) tempo que está em casa e em família para se distraírem, para verem um filme em conjunto, para resolverem algum problema. Claro que se precisar, a sua família estará lá para ouvir e oferecer conselhos, mas não têm culpa daquilo que se passou fora da esfera familiar, por isso, não descarregue o seu stress no seu esposo(a) e nos miúdos. Já passam tão pouco tempo juntos, porquê estragá-lo?

Todo o tempo do mundo. No século XXI, o tempo é escasso e caro. Em simultâneo tem-se tornado cada vez mais precioso. Precisa de tempo a só, precisa de tempo a só com a sua alma gémea, precisa de passar tempo com os seus filhos e precisa de estar em família. É crucial para a harmonia familiar – afinal qual é o objectivo de ter (ou de formar) família se vai estar cada um para o seu lado? Faça questão de arranjar esse tempo – pode ser um jantar fora, a visita a um parque de diversões ou um fim-de-semana na praia – e marque-o na sua agenda a florescente. Escusado será dizer que é proibido faltar a esses compromissos!  

À mesma mesa. Na era do fast-food e do fast-life, arriscamo-nos a tornar-nos fast-famílias, cruzando-nos nos corredores de casa, na porta a sair ou a entrar, a falar mais por telemóvel do que pessoalmente. Faça um esforço para juntar todos à mesma mesa – torne o pequeno-almoço de sábado e o jantar de quarta-feira sagrados – são tradições como estas que não convém perder, a bem da família.  

Quebra-rotinas, ajudas e outras surpresas. A rotina cansa todos, miúdos e graúdos, por isso, não há nada como planear uma saída familiar a meio da semana, encomendar uma pizza todas as sextas-feiras à noite para celebrar a chegada do fim-de-semana, ajudar os miúdos a preparar o pequeno-almoço na cama para a mãe num domingo. Uma pequena prenda ou surpresa, mesmo que não seja extravagante, pode fazer maravilhas pela saúde da sua família, para não falar na avalanche de beijos, abraços e sorrisos que irá receber! Arrumar as papeladas do seu marido, pendurar o quadro que a sua mulher comprou há meses ou montar uma tenda no quintal para brincar com os seus filhos são gestos inesquecíveis. Tornar a vida mais simples para quem amamos ou reconhecer os seus esforços diários não tem preço.

A família alargada. Não se esqueça da família alargada: mãe, pai, irmãos, irmãs, avós, tios, primos …e multiplique por dois. Marido e mulher juntam muito mais do que os trapinhos na hora do casamento ou união de facto e conjugar três famílias (a sua incluída!) pode ser muito bonito com todos à volta da árvore de Natal, mas assustador quando começam a voar insultos e pratos. Não tome partido, não exclua os familiares de um em detrimento dos do outro, não se envolva demais, nem deixe que eles se colem à sua vida familiar como sombras. Nada nem ninguém deve estar acima das necessidades da sua família: dê à sua família alargada todo o amor e tempo que puder, mas não lhes entregue a sua vida numa bandeja de prata.

Valores que perduram. Os valores aos quais estamos expostos diariamente e que aprendemos em família são aqueles que nos vão fazer companhia ao longo da nossa caminhada pela vida, aqueles que nos vão ajudar a escolher entre o bom e o mau, aqueles que nos vão completar e nos tornar pessoas melhores. Em família, cultive apenas os valores mais preciosos: amor, amizade, civismo, honestidade, perdão, pensamento positivo, aprendizagem constante, moralidade, gratidão, optimismo e fé. E que o exemplo comece por si.
 

domingo, 1 de setembro de 2013

A escola precisa ensinar.

Nessa entrevista, o professor e filósofo Ricardo Yepes Stork fala sobre a importância da escola ensinar os alunos a pensar. Ricardo Yepes Stork (1953-1996) nasceu em Madrid, era docente da Universidade de Navarra, ensaísta e filósofo brilhante, autor de vários livros de Filosofia e Antropologia.
O professor Leonardo Pólo comentou há algum tempo que uma das características de nosso tempo é a reduzida atividade intelectual, especialmente na juventude. A atividade de pensar continua sendo desprezada?

Em boa parte, eu acredito que sim. Em alguns aspectos isso ainda ficou pior. Um dos grandes males de nossa sociedade é que vivemos muito depressa, e não temos tempo de observar o que acontece em nosso redor, para a partir daí formarmos nossas opiniões. Os pensadores antigos sempre insistiram que o começo da sabedoria é o ¨assombro¨, o maravilhamento diante das coisas que acontecem no mundo, e que nos levam a nos encontrarmos com a verdade. Maravilhar-se é perguntar-se diante de um fato novo: como é possível que isso aconteça? E depois buscar intelectualmente a explicação do fato, seja ele bom ou ruim. A cada instante a TV nos mostra coisas – notícias, filmes, comerciais – que são muito pouco humanos. Assistimos passivamente, e mal notamos, porque nos acostumamos a isso como se fosse o normal. Não paramos para pensar. Uma tarefa urgente dos pais e das escolas é chamar a atenção para isso, e estimular um sadio espírito de rebeldia diante do ruim e do feio, e de entusiasmo admirativo diante do bom e do belo. Nunca de mera atonia conformista.

Por outro lado, esse mesmo jovem que fica abobalhado diante da TV, demonstra muitas vezes uma atitude hipercrítica quando lhe falamos de valores e de virtudes: todos são postos em dúvida, relativizados, ou atirados para o baú das velharias...

É verdade. Isso sucede porque nesses assuntos se costuma julgar apenas por slogans, sem espírito crítico, a partir de uma postura muito individualista: "eu não quero depender de ninguém para formar minhas opiniões. Os outros não têm nada que me dizer". Esse orgulho reduz a humanidade a uma sucessão de Náufragos, cada um isolado em sua ilha, sem nenhuma comunicação com os demais. Esquecem que a verdade e o conhecimento se estimulam e se somam, que a ciência avança, que a técnica progride. Esquecem que a verdade é comunicável, porque há valores estáveis, firmes, perenes.

É a ditadura do relativismo...

O relativismo quer nos convencer de que cada um de nos fabrica suas próprias verdades, e com isso nos impede de ver a maravilha de que as verdades existem, e que nós homens as vamos descobrindo ao longo de nossa formação, e com isso nos tornando melhores. Incita cada homem a dizer que o que é válido para mim não o é para os demais. E isso se estende a todos os terrenos, desde o comportamento ético até as crenças religiosas. Por isso, o relativismo não soluciona os problemas humanos, mas apenas os complica ainda mais. Quando pretende romper com as dependências, o homem fica sozinho, tanto na teoria quanto na prática. O que sobra é o cansaço e a desorientação.

E onde isso leva?

O relativismo desemboca no permissivismo. Tudo passa a ser moralmente possível, bom ou indiferente. Não se admite dizer: ¨isto é moralmente bom, e isto é moralmente mau¨. Mas o permissivismo se gasta. Quando experimentou tudo, sem nenhum freio ético, o que sobra é a desorientação, o fastio, a experiência da frustração. Há um desejo de volta ao lar, mas a vida na sociedade urbana transcorre de modo tão acelerado... Não há tempo para refletir!

E entretanto, pensar é necessário. Mais ainda que navegar e que viver... Mas, voltando à questão inicial, como ensinar a pensar?

Para ensinar a pensar a primeira coisa necessária é – evidentemente – ter pensado, ter-se submetido à disciplina do perscrutar e entender o que as coisas são. O primeiro de tudo é renunciar ao slogan. As pessoas se conformam com poucas frases, e muitas imagens. Renuncia-se a explicar as coisas: apenas se mostram. A cultura da imagem não necessita de argumentação para impactar o público. É tal a força das imagens que mostrá-las já é suficiente: ver um terremoto ou uma inundação pela televisão é quase como ter estado lá. Nesse contexto não necessitamos comentários. Discorrer, pensar, torna-se assim cada vez menos necessário. Por isso as explicações do que vemos são sumamente simples; o mais importante é o contato direto e imediato com a notícia. Isso afasta as pessoas do hábito de argumentar e discorrer, e por isso se vai dando cada vez menos importância às razões. O velho costume da conversa, do bate-papo, por exemplo, está se perdendo, porque as pessoas falam muito menos: preferem os vídeos ou a televisão. Quando se deixa de ler e se deixa de falar, se pensa cada vez menos. Hoje pouca gente gosta de pensar. Os argumentos abstratos não estão em moda: bastam quatro explicações convencionais, que a mídia repete até a saciedade.

E quem nos garante que o que a mídia mostra é verdadeiro?

Exatamente. Quando temos o hábito de pensar, nos perguntamos isso. Quando não temos, nos contentamos com a imagem e com o slogan, e entramos para o imenso rebanho dos conformistas. Isso pode dar a impressão de que sou contra a imagem, o que não é verdade. Estou sim contra as atitudes acríticas, contra o olhar abobalhado.

Que mais você aconselha para ensinar a pensar aos meninos e aos jovens, aos filhos e aos alunos?

Despertar neles o amor por ler, e não apenas ver imagens. Não se trata – insisto – de renunciar às imagens, mas de fomentar o gosto pela leitura. É preciso voltar aos clássicos da literatura, e para isso não é necessário ter quarenta anos. Os jovens, que tem uma sensibilidade muito aguçada, são os que podem captar de modo mais veemente os valores humanos que há nos clássicos. O problema está em o texto literário ser ás vezes estranho ou pouco compreensível, afugentando os jovens leitores. Mas essa é precisamente a tarefa a realizar: fazer a aproximação entre os mundos dos clássicos e o nosso mundo. Não é difícil.

Depois, é preciso ensinar a não-conformidade com explicações convencionais ou com chavões. Nisso a linguagem tem boa parte da culpa. Quando se lê pouco e se pensa pouco também se fala mal, com escasso número de palavras. Quando falta vocabulário, as explicações se tornam pobres; tudo é "falô", "só", "massa", "disse"... São modas ou modos de falar, mas podem esconder um universo mental estreito, reduzido a quatro adjetivos vazios. É preciso enriquecer a linguagem, é preciso fomentar o diálogo, o exercício mental de raciocinar, de defender uma causa, de ter argumentos para as próprias decisões, e de não fazer apenas o que os outros fazem. A conversa, a tertúlia, o debate sereno sobre um tema de interesse, são exercícios que se podem fazer de alguma forma em família, e estimulam o raciocínio, a capacidade racional do homem.

Há uma agressividade contra essa capacidade de pensar: é a aceleração, a pressa, o mundo audiovisual, as modas, a má persuasão publicitária... Tudo isso pôe em perigo a faculdade que tem o homem de reger-se por seu pensamento, que é sua mais alta capacidade, aquilo que ele tem de melhor, que nunca se esgota nem enfastia. Sempre se pode continuar pensando e descobrindo novas verdades.

A necessidade de ler é clara. Mas hoje se publica mais do que nunca. Como e o que escolher?

É verdade. Há uma autêntica inflação de publicações, e isso requer um critério de seleção. Precisamos ter em conta que a publicidade engana. Isso significa que sou contra a publicidade? Não. Sou contra os abusos da publicidade, contra seu poder irrestrito. Às vezes, por exemplo, a publicidade nos apresenta um livro como se fosse uma obra prima, quando não é mais que algo de qualidade mediana e discutível. Conseguir uma boa informação bibliográfica é imprescindível para não cometer erros. É preciso ter em conta que o vendedor apresenta seu produto como o melhor do mundo, e que pode não ser assim. Pode haver mais aparência que conteúdo.
O mais prático é buscar aquilo que o tempo se encarregou de consagrar: são as obras que ficam, os clássicos. Mas um clássico não é apenas um autor do século XVII ou XIX. O século XX também está repleto de clássicos de altíssima qualidade. São atualíssimos. São os mestres desta perplexa Humanidade. É preciso redescobri-los.