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quarta-feira, 18 de junho de 2014
Como assegurar uma vida familiar tranquila

Seja uma vida a dois, a três ou já bastante mais numerosa, a
harmonia familiar é o elemento mais importante dentro de uma casa e a
diferença entre quatro paredes e um tecto… e um lar. Onde todos ajudam
nada custa, desde que estejam sempre abertas as linhas de comunicação:
saber falar e saber ouvir.
Respeito. A chave para qualquer relação bem-sucedida, o respeito deve ser o pilar de todas as famílias, onde tem um papel abrangente: respeito pelas ideias e ideais, pelos sentimentos, bens pessoais, espaço, tempo privado …tudo aquilo que faz das pessoas quem elas são. Também não gostaria que alguém passasse a vida a tentar mudar quem você é, pois não? Respeite e exija respeito. Não deixe que as discussões e zangas controlem a sua vida familiar. A vida é muito curta para perdermos tempo com chatices e quezílias. Para além disso, a família é para sempre. Aprenda a viver com ela.
Canal aberto. Comunicação, comunicação, comunicação. Já dissemos comunicação? Juntamente com o respeito, a arte de comunicar é, certamente, uma das chaves de uma vida familiar coesa e apetecível. Todos os elementos da família deverão sentir que podem falar acerca de tudo o que quiserem e precisarem com a sua família… se não puderem, com quem irão desabafar? Procurarão outras pessoas (que podem até ser as menos indicadas) e, pior, pode não fazer a mínima ideia do que se passa no seio da sua própria família. São pequenas coisas que podem ajudar a manter a "emissão no ar": juntarem-se todos à hora de preparar o jantar e conversarem, utilizar as refeições para todos falarem um pouco do seu dia, passar alguns minutos a sós com os seus filhos na hora de se deitarem, não esquecer a sua cara-metade no meio da pequenada, não deixar que ninguém vá para a cama zangado. Nunca.
Para o bom e para o mau. O John Lennon um dia disse que "a vida é o que acontece quando estamos ocupados a fazer outros planos"… e não podia estar mais certo. Um dia vivemos num mar de rosas e no dia seguinte, estão todas murchas e há que mudar a água. Nos dias que correm, estar presente nos momentos mais felizes da vida da sua família já é muito bom, mas estar presente quando tudo isso parece desabar é tão ou mais importante. As coisas nem sempre vão correr como planeadas e a vida estará sempre recheada de surpresas, algumas melhores que outras. Para enfrentar as fases mais difíceis, nada como pensamento positivo, cabeça fria e reuniões de família. A união faz a força, certo?
Ceder para viver. Fazer tudo à sua maneira, sem pedir a opinião de ou informar o seu marido ou mulher, nem sempre será a forma mais correcta de lidar com assuntos familiares. Muitas vezes, até as crianças e os jovens devem e têm de ser ouvidos. Família é mais do que um e, como tal, existem várias vontades, vontades essas que têm de ser atendidas. O egoísmo é inimigo de uma vida familiar tranquila, por isso, ceda sempre que possível, esperando a mesma atitude dos restantes membros da família. Mas lembre-se: poderá ceder durante algum tempo, mas nunca para sempre.
Alegria em casa. Porquê levar as preocupações de mais um dia de trabalho para casa? Vai resolver alguma coisa lá? Era bom, mas a resposta é não. Ou seja, como os problemas profissionais continuarão à sua espera na manhã seguinte, aproveite o (pouco) tempo que está em casa e em família para se distraírem, para verem um filme em conjunto, para resolverem algum problema. Claro que se precisar, a sua família estará lá para ouvir e oferecer conselhos, mas não têm culpa daquilo que se passou fora da esfera familiar, por isso, não descarregue o seu stress no seu esposo(a) e nos miúdos. Já passam tão pouco tempo juntos, porquê estragá-lo?
Todo o tempo do mundo. No século XXI, o tempo é escasso e caro. Em simultâneo tem-se tornado cada vez mais precioso. Precisa de tempo a só, precisa de tempo a só com a sua alma gémea, precisa de passar tempo com os seus filhos e precisa de estar em família. É crucial para a harmonia familiar – afinal qual é o objectivo de ter (ou de formar) família se vai estar cada um para o seu lado? Faça questão de arranjar esse tempo – pode ser um jantar fora, a visita a um parque de diversões ou um fim-de-semana na praia – e marque-o na sua agenda a florescente. Escusado será dizer que é proibido faltar a esses compromissos!
À mesma mesa. Na era do fast-food e do fast-life, arriscamo-nos a tornar-nos fast-famílias, cruzando-nos nos corredores de casa, na porta a sair ou a entrar, a falar mais por telemóvel do que pessoalmente. Faça um esforço para juntar todos à mesma mesa – torne o pequeno-almoço de sábado e o jantar de quarta-feira sagrados – são tradições como estas que não convém perder, a bem da família.
Quebra-rotinas, ajudas e outras surpresas. A rotina cansa todos, miúdos e graúdos, por isso, não há nada como planear uma saída familiar a meio da semana, encomendar uma pizza todas as sextas-feiras à noite para celebrar a chegada do fim-de-semana, ajudar os miúdos a preparar o pequeno-almoço na cama para a mãe num domingo. Uma pequena prenda ou surpresa, mesmo que não seja extravagante, pode fazer maravilhas pela saúde da sua família, para não falar na avalanche de beijos, abraços e sorrisos que irá receber! Arrumar as papeladas do seu marido, pendurar o quadro que a sua mulher comprou há meses ou montar uma tenda no quintal para brincar com os seus filhos são gestos inesquecíveis. Tornar a vida mais simples para quem amamos ou reconhecer os seus esforços diários não tem preço.
A família alargada. Não se esqueça da família alargada: mãe, pai, irmãos, irmãs, avós, tios, primos …e multiplique por dois. Marido e mulher juntam muito mais do que os trapinhos na hora do casamento ou união de facto e conjugar três famílias (a sua incluída!) pode ser muito bonito com todos à volta da árvore de Natal, mas assustador quando começam a voar insultos e pratos. Não tome partido, não exclua os familiares de um em detrimento dos do outro, não se envolva demais, nem deixe que eles se colem à sua vida familiar como sombras. Nada nem ninguém deve estar acima das necessidades da sua família: dê à sua família alargada todo o amor e tempo que puder, mas não lhes entregue a sua vida numa bandeja de prata.
Valores que perduram. Os valores aos quais estamos expostos diariamente e que aprendemos em família são aqueles que nos vão fazer companhia ao longo da nossa caminhada pela vida, aqueles que nos vão ajudar a escolher entre o bom e o mau, aqueles que nos vão completar e nos tornar pessoas melhores. Em família, cultive apenas os valores mais preciosos: amor, amizade, civismo, honestidade, perdão, pensamento positivo, aprendizagem constante, moralidade, gratidão, optimismo e fé. E que o exemplo comece por si.
Respeito. A chave para qualquer relação bem-sucedida, o respeito deve ser o pilar de todas as famílias, onde tem um papel abrangente: respeito pelas ideias e ideais, pelos sentimentos, bens pessoais, espaço, tempo privado …tudo aquilo que faz das pessoas quem elas são. Também não gostaria que alguém passasse a vida a tentar mudar quem você é, pois não? Respeite e exija respeito. Não deixe que as discussões e zangas controlem a sua vida familiar. A vida é muito curta para perdermos tempo com chatices e quezílias. Para além disso, a família é para sempre. Aprenda a viver com ela.
Canal aberto. Comunicação, comunicação, comunicação. Já dissemos comunicação? Juntamente com o respeito, a arte de comunicar é, certamente, uma das chaves de uma vida familiar coesa e apetecível. Todos os elementos da família deverão sentir que podem falar acerca de tudo o que quiserem e precisarem com a sua família… se não puderem, com quem irão desabafar? Procurarão outras pessoas (que podem até ser as menos indicadas) e, pior, pode não fazer a mínima ideia do que se passa no seio da sua própria família. São pequenas coisas que podem ajudar a manter a "emissão no ar": juntarem-se todos à hora de preparar o jantar e conversarem, utilizar as refeições para todos falarem um pouco do seu dia, passar alguns minutos a sós com os seus filhos na hora de se deitarem, não esquecer a sua cara-metade no meio da pequenada, não deixar que ninguém vá para a cama zangado. Nunca.
Para o bom e para o mau. O John Lennon um dia disse que "a vida é o que acontece quando estamos ocupados a fazer outros planos"… e não podia estar mais certo. Um dia vivemos num mar de rosas e no dia seguinte, estão todas murchas e há que mudar a água. Nos dias que correm, estar presente nos momentos mais felizes da vida da sua família já é muito bom, mas estar presente quando tudo isso parece desabar é tão ou mais importante. As coisas nem sempre vão correr como planeadas e a vida estará sempre recheada de surpresas, algumas melhores que outras. Para enfrentar as fases mais difíceis, nada como pensamento positivo, cabeça fria e reuniões de família. A união faz a força, certo?
Ceder para viver. Fazer tudo à sua maneira, sem pedir a opinião de ou informar o seu marido ou mulher, nem sempre será a forma mais correcta de lidar com assuntos familiares. Muitas vezes, até as crianças e os jovens devem e têm de ser ouvidos. Família é mais do que um e, como tal, existem várias vontades, vontades essas que têm de ser atendidas. O egoísmo é inimigo de uma vida familiar tranquila, por isso, ceda sempre que possível, esperando a mesma atitude dos restantes membros da família. Mas lembre-se: poderá ceder durante algum tempo, mas nunca para sempre.
Alegria em casa. Porquê levar as preocupações de mais um dia de trabalho para casa? Vai resolver alguma coisa lá? Era bom, mas a resposta é não. Ou seja, como os problemas profissionais continuarão à sua espera na manhã seguinte, aproveite o (pouco) tempo que está em casa e em família para se distraírem, para verem um filme em conjunto, para resolverem algum problema. Claro que se precisar, a sua família estará lá para ouvir e oferecer conselhos, mas não têm culpa daquilo que se passou fora da esfera familiar, por isso, não descarregue o seu stress no seu esposo(a) e nos miúdos. Já passam tão pouco tempo juntos, porquê estragá-lo?
Todo o tempo do mundo. No século XXI, o tempo é escasso e caro. Em simultâneo tem-se tornado cada vez mais precioso. Precisa de tempo a só, precisa de tempo a só com a sua alma gémea, precisa de passar tempo com os seus filhos e precisa de estar em família. É crucial para a harmonia familiar – afinal qual é o objectivo de ter (ou de formar) família se vai estar cada um para o seu lado? Faça questão de arranjar esse tempo – pode ser um jantar fora, a visita a um parque de diversões ou um fim-de-semana na praia – e marque-o na sua agenda a florescente. Escusado será dizer que é proibido faltar a esses compromissos!
À mesma mesa. Na era do fast-food e do fast-life, arriscamo-nos a tornar-nos fast-famílias, cruzando-nos nos corredores de casa, na porta a sair ou a entrar, a falar mais por telemóvel do que pessoalmente. Faça um esforço para juntar todos à mesma mesa – torne o pequeno-almoço de sábado e o jantar de quarta-feira sagrados – são tradições como estas que não convém perder, a bem da família.
Quebra-rotinas, ajudas e outras surpresas. A rotina cansa todos, miúdos e graúdos, por isso, não há nada como planear uma saída familiar a meio da semana, encomendar uma pizza todas as sextas-feiras à noite para celebrar a chegada do fim-de-semana, ajudar os miúdos a preparar o pequeno-almoço na cama para a mãe num domingo. Uma pequena prenda ou surpresa, mesmo que não seja extravagante, pode fazer maravilhas pela saúde da sua família, para não falar na avalanche de beijos, abraços e sorrisos que irá receber! Arrumar as papeladas do seu marido, pendurar o quadro que a sua mulher comprou há meses ou montar uma tenda no quintal para brincar com os seus filhos são gestos inesquecíveis. Tornar a vida mais simples para quem amamos ou reconhecer os seus esforços diários não tem preço.
A família alargada. Não se esqueça da família alargada: mãe, pai, irmãos, irmãs, avós, tios, primos …e multiplique por dois. Marido e mulher juntam muito mais do que os trapinhos na hora do casamento ou união de facto e conjugar três famílias (a sua incluída!) pode ser muito bonito com todos à volta da árvore de Natal, mas assustador quando começam a voar insultos e pratos. Não tome partido, não exclua os familiares de um em detrimento dos do outro, não se envolva demais, nem deixe que eles se colem à sua vida familiar como sombras. Nada nem ninguém deve estar acima das necessidades da sua família: dê à sua família alargada todo o amor e tempo que puder, mas não lhes entregue a sua vida numa bandeja de prata.
Valores que perduram. Os valores aos quais estamos expostos diariamente e que aprendemos em família são aqueles que nos vão fazer companhia ao longo da nossa caminhada pela vida, aqueles que nos vão ajudar a escolher entre o bom e o mau, aqueles que nos vão completar e nos tornar pessoas melhores. Em família, cultive apenas os valores mais preciosos: amor, amizade, civismo, honestidade, perdão, pensamento positivo, aprendizagem constante, moralidade, gratidão, optimismo e fé. E que o exemplo comece por si.
domingo, 1 de setembro de 2013
A escola precisa ensinar.

Nessa entrevista, o professor e filósofo Ricardo Yepes Stork fala sobre a importância da escola ensinar os alunos a pensar. Ricardo Yepes Stork (1953-1996) nasceu em Madrid, era docente da Universidade de Navarra, ensaísta e filósofo brilhante, autor de vários livros de Filosofia e Antropologia.
O professor Leonardo Pólo comentou há algum tempo que uma das características de nosso tempo é a reduzida atividade intelectual, especialmente na juventude. A atividade de pensar continua sendo desprezada?
Em boa parte, eu acredito que sim. Em alguns aspectos isso ainda ficou pior. Um dos grandes males de nossa sociedade é que vivemos muito depressa, e não temos tempo de observar o que acontece em nosso redor, para a partir daí formarmos nossas opiniões. Os pensadores antigos sempre insistiram que o começo da sabedoria é o ¨assombro¨, o maravilhamento diante das coisas que acontecem no mundo, e que nos levam a nos encontrarmos com a verdade. Maravilhar-se é perguntar-se diante de um fato novo: como é possível que isso aconteça? E depois buscar intelectualmente a explicação do fato, seja ele bom ou ruim. A cada instante a TV nos mostra coisas – notícias, filmes, comerciais – que são muito pouco humanos. Assistimos passivamente, e mal notamos, porque nos acostumamos a isso como se fosse o normal. Não paramos para pensar. Uma tarefa urgente dos pais e das escolas é chamar a atenção para isso, e estimular um sadio espírito de rebeldia diante do ruim e do feio, e de entusiasmo admirativo diante do bom e do belo. Nunca de mera atonia conformista.
Por outro lado, esse mesmo jovem que fica abobalhado diante da TV, demonstra muitas vezes uma atitude hipercrítica quando lhe falamos de valores e de virtudes: todos são postos em dúvida, relativizados, ou atirados para o baú das velharias...
É verdade. Isso sucede porque nesses assuntos se costuma julgar apenas por slogans, sem espírito crítico, a partir de uma postura muito individualista: "eu não quero depender de ninguém para formar minhas opiniões. Os outros não têm nada que me dizer". Esse orgulho reduz a humanidade a uma sucessão de Náufragos, cada um isolado em sua ilha, sem nenhuma comunicação com os demais. Esquecem que a verdade e o conhecimento se estimulam e se somam, que a ciência avança, que a técnica progride. Esquecem que a verdade é comunicável, porque há valores estáveis, firmes, perenes.
É a ditadura do relativismo...
O relativismo quer nos convencer de que cada um de nos fabrica suas próprias verdades, e com isso nos impede de ver a maravilha de que as verdades existem, e que nós homens as vamos descobrindo ao longo de nossa formação, e com isso nos tornando melhores. Incita cada homem a dizer que o que é válido para mim não o é para os demais. E isso se estende a todos os terrenos, desde o comportamento ético até as crenças religiosas. Por isso, o relativismo não soluciona os problemas humanos, mas apenas os complica ainda mais. Quando pretende romper com as dependências, o homem fica sozinho, tanto na teoria quanto na prática. O que sobra é o cansaço e a desorientação.
E onde isso leva?
O relativismo desemboca no permissivismo. Tudo passa a ser moralmente possível, bom ou indiferente. Não se admite dizer: ¨isto é moralmente bom, e isto é moralmente mau¨. Mas o permissivismo se gasta. Quando experimentou tudo, sem nenhum freio ético, o que sobra é a desorientação, o fastio, a experiência da frustração. Há um desejo de volta ao lar, mas a vida na sociedade urbana transcorre de modo tão acelerado... Não há tempo para refletir!
E entretanto, pensar é necessário. Mais ainda que navegar e que viver... Mas, voltando à questão inicial, como ensinar a pensar?
Para ensinar a pensar a primeira coisa necessária é – evidentemente – ter pensado, ter-se submetido à disciplina do perscrutar e entender o que as coisas são. O primeiro de tudo é renunciar ao slogan. As pessoas se conformam com poucas frases, e muitas imagens. Renuncia-se a explicar as coisas: apenas se mostram. A cultura da imagem não necessita de argumentação para impactar o público. É tal a força das imagens que mostrá-las já é suficiente: ver um terremoto ou uma inundação pela televisão é quase como ter estado lá. Nesse contexto não necessitamos comentários. Discorrer, pensar, torna-se assim cada vez menos necessário. Por isso as explicações do que vemos são sumamente simples; o mais importante é o contato direto e imediato com a notícia. Isso afasta as pessoas do hábito de argumentar e discorrer, e por isso se vai dando cada vez menos importância às razões. O velho costume da conversa, do bate-papo, por exemplo, está se perdendo, porque as pessoas falam muito menos: preferem os vídeos ou a televisão. Quando se deixa de ler e se deixa de falar, se pensa cada vez menos. Hoje pouca gente gosta de pensar. Os argumentos abstratos não estão em moda: bastam quatro explicações convencionais, que a mídia repete até a saciedade.
E quem nos garante que o que a mídia mostra é verdadeiro?
Exatamente. Quando temos o hábito de pensar, nos perguntamos isso. Quando não temos, nos contentamos com a imagem e com o slogan, e entramos para o imenso rebanho dos conformistas. Isso pode dar a impressão de que sou contra a imagem, o que não é verdade. Estou sim contra as atitudes acríticas, contra o olhar abobalhado.
Que mais você aconselha para ensinar a pensar aos meninos e aos jovens, aos filhos e aos alunos?
Despertar neles o amor por ler, e não apenas ver imagens. Não se trata – insisto – de renunciar às imagens, mas de fomentar o gosto pela leitura. É preciso voltar aos clássicos da literatura, e para isso não é necessário ter quarenta anos. Os jovens, que tem uma sensibilidade muito aguçada, são os que podem captar de modo mais veemente os valores humanos que há nos clássicos. O problema está em o texto literário ser ás vezes estranho ou pouco compreensível, afugentando os jovens leitores. Mas essa é precisamente a tarefa a realizar: fazer a aproximação entre os mundos dos clássicos e o nosso mundo. Não é difícil.
Depois, é preciso ensinar a não-conformidade com explicações convencionais ou com chavões. Nisso a linguagem tem boa parte da culpa. Quando se lê pouco e se pensa pouco também se fala mal, com escasso número de palavras. Quando falta vocabulário, as explicações se tornam pobres; tudo é "falô", "só", "massa", "disse"... São modas ou modos de falar, mas podem esconder um universo mental estreito, reduzido a quatro adjetivos vazios. É preciso enriquecer a linguagem, é preciso fomentar o diálogo, o exercício mental de raciocinar, de defender uma causa, de ter argumentos para as próprias decisões, e de não fazer apenas o que os outros fazem. A conversa, a tertúlia, o debate sereno sobre um tema de interesse, são exercícios que se podem fazer de alguma forma em família, e estimulam o raciocínio, a capacidade racional do homem.
Há uma agressividade contra essa capacidade de pensar: é a aceleração, a pressa, o mundo audiovisual, as modas, a má persuasão publicitária... Tudo isso pôe em perigo a faculdade que tem o homem de reger-se por seu pensamento, que é sua mais alta capacidade, aquilo que ele tem de melhor, que nunca se esgota nem enfastia. Sempre se pode continuar pensando e descobrindo novas verdades.
A necessidade de ler é clara. Mas hoje se publica mais do que nunca. Como e o que escolher?
É verdade. Há uma autêntica inflação de publicações, e isso requer um critério de seleção. Precisamos ter em conta que a publicidade engana. Isso significa que sou contra a publicidade? Não. Sou contra os abusos da publicidade, contra seu poder irrestrito. Às vezes, por exemplo, a publicidade nos apresenta um livro como se fosse uma obra prima, quando não é mais que algo de qualidade mediana e discutível. Conseguir uma boa informação bibliográfica é imprescindível para não cometer erros. É preciso ter em conta que o vendedor apresenta seu produto como o melhor do mundo, e que pode não ser assim. Pode haver mais aparência que conteúdo.
O mais prático é buscar aquilo que o tempo se encarregou de consagrar: são as obras que ficam, os clássicos. Mas um clássico não é apenas um autor do século XVII ou XIX. O século XX também está repleto de clássicos de altíssima qualidade. São atualíssimos. São os mestres desta perplexa Humanidade. É preciso redescobri-los.
quinta-feira, 6 de junho de 2013
A Família e a Televisão
Não
se pode, hoje, ignorar a presença da TV no interior das nossas casas.
Faz parte do mobiliário, faz parte do que existe dentro dos nossos
lares; penetra na intimidade da vida de cada um – informando, distraindo
ou prestando serviços. A televisão pode ser muito valiosa quando traz novidades na vida cultural, artística, acontecimentos mundiais, fenômenos atmosféricos, descobertas científicas, etc. AS TRÊS FINALIDADES BÁSICAS DA TELEVISÃO A televisão é um excelente meio de informar, formar e distrair. Informar: não há dúvida de que é um excelente meio de informar, consideradas as suas possibilidades de comunicação; de fato, o seu alcance como fonte de informação é infinita e pode trazer o mundo inteiro para dentro de nossas casas. Com a sua imagem, colorido e força, desperta em todos – adultos, crianças, velhos, moços, de todas as raças, posição social e poder aquisitivo – uma atração inegável, diria até quase irresistível. Podemos ver que os comerciais, as novelas, os ditos e expressões de artistas, apresentadores, comediantes ou jornalistas acabam por transformar-se na nossa própria bagagem informativa, para depois influir sobre o nosso modo de ser, de falar, de agir, de comportar, de vestir, de sentir, de viver, etc. Formar: o papel que a televisão exerce é de mais deformar do que formar, pois corremos o risco de sermos manipulados e nos tornamos meros repetidores de seus programas e conceitos. Para tudo isso faz-se necessário escolher adequadamente a programação que se pretende assistir. Distrair: a televisão possui o papel de distração desde que a pessoa não se entregue, ao usá-la, à passividade, preguiça e alienação. ASPECTOS NEGATIVOS DA TELEVISÃO A televisão é um entretenimento ao qual mais tempo dedicam os filhos e também os pais. É um bom meio para adquirir conhecimentos e para divertir-se, mas seu abuso tem efeitos muito negativos: • Empregar um tempo desproporcionado para ver televisão prejudicará o rendimento escolar e será um empecilho para a formação da capacidade crítica, reflexiva e criativa dos filhos. • O uso da televisão como recurso fácil para que os filhos não incomodem em casa tem conseqüências muito negativas – fomenta a passividade, impede o desenvolvimento da criatividade, facilita a assimilação de contra-valores (violência, infidelidade, egoísmo, poder acima de tudo,...) que nada têm a ver com a formação que procuramos para nossos filhos. • A televisão pode chegar a obcecar nossos filhos e encadeá-los durante horas ao aparelho, escravizando-os como uma droga que cria dependência: a “teleadicção”. O “teleadicto” é uma criança que perde a vontade, personalidade e ânimo para a vida; em suma, está perdendo sua liberdade. Quando se usa deste modo, a televisão impede a leitura e reduz o tempo dedicado aos jogos, a permanência ao ar livre, a atenção às tarefas escolares, ao sono... • Os anúncios têm o papel de orientar a vontade para a compra ou o consumo de um determinado produto, e normalmente se baseiam em emoções que levam a pessoa a não pensar e agir por impulso. • A violência e a pornografia se fazem cada vez mais presentes com conseqüências dramáticas, porque manipulam, reduzem o ser humano à condição de objeto, de meio para satisfação de interesses não convencionais, não partilháveis. Ambas podem “paralisar progressivamente a sensibilidade, afogando o sentido moral dos indivíduos a ponto de os tornar moral e pessoalmente indiferentes aos direitos e a dignidade dos outros; favorecem preocupações doentias nos terrenos da imaginação e do comportamento; podem interferir no desenvolvimento moral da pessoa, no amadurecimento das relações humanas sadias e adultas, especialmente no matrimônio e na família; põe em dúvida o caráter familiar da sexualidade humana autêntica e conduzem ao desprezo pelos outros, porque os consideram objetos em vez de pessoas”. • A violência e a pornografia produzem riscos no cotidiano principalmente sobre as crianças, embora os malefícios sejam inegavelmente maiores quanto menos idade tiverem os telespectadores. • A televisão e os meios de comunicação em geral acabam enfatizando lideranças negativas, como o jogador de futebol agressivo, o traficante de drogas, os pais que morrem de rir com as grosserias de programas como “Casseta e Planeta”, “Ratinho”, etc., músicas de sentido dúbio ou declaradamente a favor de drogas e linguagem pornográfica. • O sexo extraconjugal é retratado cerca de oito vezes mais freqüente que o sexo entre cônjuges. Insistem os produtores de TV em desrespeitar a honestidade do matrimônio e atentar contra a fidelidade do casal e contra os deveres para com os filhos... todos percebem a brutalidade dos ataques à família inseridos nos enredos das novelas e nas propagandas comerciais: ciúme, inveja, força do instinto, diálogos chulos e espetáculos chocantes. O sexo e o prazer também são atrativos e o nível de sua permissividade está em consonância com seus valores morais e éticos. VANTAGENS DA TELEVISÃO • Enriquecer o vocabulário; • Enriquecer a vida familiar, aproximar seus membros, promover a solidariedade com outras famílias que selecionam os programas e a eles assistem juntos aumentando a coesão de seus membros; • Proporcionar temas para discutir em família o que se viu, analisar conteúdos, compreender e avaliar valores éticos veiculados por papéis e atitudes dos protagonistas, etc., desenvolvendo assim a capacidade crítica; • Fomentar a curiosidade e o desejo de informações complementares da realidade em movimento que se contempla; • Transmite uma realidade animada que desperta a curiosidade e suscita o desejo de uma informação complementar; • Torna-se benéfica para pessoas acamadas, que por quaisquer circunstâncias, se encontrem, temporariamente ou definitivamente recolhidas em seu lar ou num leito. E para pessoas que moram em regiões distantes desprovidas de outros meios de acesso e comunicação, através da televisão pode-se ajudá-los a adquirir bons hábitos; • Na área da educação a televisão promove aulas e cursos, habilitando inúmeras pessoas a encontrar o seu lugar útil e produtivo na sociedade. TELEVISÃO: DOMADA, ALIADA E AMIGA DA FAMÍLIA “A família é o microcosmo da sociedade. Uma família na qual as crianças podem fazer quase tudo significa preparar uma sociedade na qual quase tudo é possível. Uma família desordenada significa uma sociedade caótica. Uma família cheia de ódio equivale a uma sociedade de pessoas que se odeiam. Uma família que está a ponto de se romper dá lugar a uma sociedade prestes a desmoronar...” – Gordon Taylor Nossa preocupação é oferecer às famílias meios simples e tão práticos quanto possível de uma avaliação em âmbito familiar mesmo, de como anda o nosso relacionamento cotidiano com este instrumento que nos pode ser de muita utilidade ou nos causar muito dano. A proposta é ajudar, na medida do possível, que pais e educadores tenham ao seu alcance providências serenas a tomar diante do que, na mídia, consideram inconveniente e/ou inoportuno, prejudicial ou até nocivo para os filhos. O importante é fazer desse instrumento nosso aliado. Na família aprende-se o que são valores, virtudes, e como vive-los, a partir do exemplo dos pais. Na família forma-se a consciência, educam-se a inteligência e a vontade através do exercício contínuo do bem-ser (amor, carinho, segurança, limites, proteção, confiança, respeito, oportunidades, formação de hábitos, convivência, coerência, ...) e do bem-estar (as necessidades básicas do ser humano – alimento, moradia, vestuário, estudos, serviços de saúde, lazer,... tantas !). COMO UTILIZAR A TELEVISÃO A NOSSO FAVOR Hoje em dia temos a possibilidade de conhecer a programação básica das emissoras de TV. Portanto, é direito e dever dos pais conhecer essa programação e selecioná-la com os filhos e para eles, porque é importante que a família como um todo saiba o que existe e as crianças aprendam com os pais a ter critérios ensinados e exercidos em casa, sobre aquilo a que se deve ou não assistir nos programas de televisão, e por quê. Isso se torna uma ótima oportunidade de educar para o senso crítico assistindo juntos a novelas (se for inevitável) e filmes, aproveitando os intervalos para perguntar, por exemplo “Quais os valores desses personagens ? Honestidade, caráter ? Quais os contra-valores ?”. E, sem descuidar a ocasião transmitir-lhe ensinamentos como: “as cenas que vemos nas novelas muitas vezes estão em contradição com os valores que procuramos viver aqui em casa, por esta e aquela razão”... Vamos assim formando critérios nos filhos que saberão ver, julgar sem paixão e agir conseqüentemente. Assim, uma boa dica para a família é que a programação assistida por todos em casa deva ser comentada, avaliada, discutida, aprendida: sim, não, por quê. Isto é educar! Todos desejamos qualidade – e qualidade “total” – em nossas vidas. Por esta razão, devemos arregaçar as mangas, procurar reagir para que nossos filhos se conscientizem do melhor uso da televisão. VAMOS COMEÇAR ? COMO ? • Não ter um aparelho em cada quarto, mas apenas na sala. • Nunca utilizar a televisão como babá eletrônica, pois ela não dialoga, não sorri, não responde, não tem calor; limita-se a estar aí, fria e azulada... • Não fazer as refeições com a televisão ligada nem diante dela: necessitamos favorecer uma digestão saudável e saborear os alimentos, e não, simplesmente, introduzir “nutrientes” pelo tubo digestivo como se fôssemos tubos de ensaio... • Não relacionar a televisão com a alimentação, com petiscos e guloseimas, com posturas incorretas numa sala muito escura, numa posição muito próxima do aparelho, etc. ..., pois tudo isso favorece a instalação de maus hábitos alimentares, digestivos e posturais. • Desencorajar que se estude ou se faça os deveres da escola com a televisão ligada. Aliás, assistir televisão antes ou depois dos estudos atrapalha a assimilação e concentração nos mesmos, segundo estudos realizados nos E.U.A. • Evitar privar os filhos de assistir à televisão como um castigo, pois isso equivale a valorizá-la além do devido... • Não praticar o zapping (ficar clicando os canais para ver o que está passando em cada um), mas selecionar antes a programação a que se vai assistir; estabelecer horários e depois, ajudar e ensinar as crianças a escolher programas adequados, não manuseando sem sentido, ao acaso, o seletor de canais ou controle remoto. • Proporcionar habitualmente programas alternativos à televisão, passeios, excursões, jogos, brincadeiras, artes, musica, desenhos, leituras, visitar famílias amigas, estimular os filhos a praticar a solidariedade, fazer companhia às pessoas, dar aos filhos tarefas, encargos domésticos adequados à maneira de ser, aos temperamentos, idades, aptidões, e valorizá-los por isso. • Optar por desenhos e filmes gravados em vídeos, previamente vistos pelos pais, pois 50% dos desenhos animados não são recomendáveis. Seu conteúdo é rico em violência de luzes, sons, imagens e diálogos. |
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Fonte: IDE - Instituto de Desenvolvimento da Educação |
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
Pediatras fazem campanha contra o uso de andadores para bebês
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) começou uma campanha contra o uso de andadores para bebês. A entidade diz que há pelo menos um caso de traumatismo para cada duas a três crianças que utilizam o andador e que em um terço destes casos as lesões são graves. Os pediatras explicam que bebês que usam o equipamento levam mais tempo para ficar de pé e para caminhar sem apoio, engatinham menos e têm resultados inferiores em testes de desenvolvimento.
O exercício físico também é prejudicado pelo uso do andador, pois, embora ele dê mais mobilidade e velocidade, a criança precisa gastar menos energia com ele do que tentando alcançar o que lhe interessa sem ajuda.
Um dos principais fatores de risco para traumas em crianças, de acordo com a SBP, é dar a ela mais independência do que sua idade permite. Tendo essa liberdade, a criança pode ter acesso a objetos e locais que podem provocar queimaduras, intoxicações e afogamentos. Ainda esta semana, a SBP vai se reunir com o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para que os dois órgãos possam discutir a segurança do andador e as providências possíveis.
Em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, desde 2010 o uso de andadores por crianças em creches e escolas públicas é proibido. Isso ocorreu depois da morte de uma criança de 10 meses, que caiu enquanto usava um andador. Rui Wolf, o pediatra que atendeu à criança, entrou com denúncia no Ministério Público, que em seguida recomendou que a prefeitura proibisse o uso do equipamento. “A venda de andadores deveria ser proibida em todo o Brasil”, diz Wolf.
Geraldo Henrique Soares, pediatra professor da Faculdade de Medicina de Botucatu e que já atendeu muitas crianças que sofreram acidente envolvendo andadores, acredita que o equipamento mais propicia acidentes do que ajuda no desenvolvimento infantil.
“Eu acho que o pai estimular a criança e respeitar as fases dela é que vai favorecer o desenvolvimento da criança. Muitas vezes a criança ainda não tem condições de suportar nem o próprio peso e, usando andador, ela não vai ter condições de manter a posição ereta quando vier algum obstáculo”, diz Geraldo, acrescentando que muitas vezes a criança muito pequena pode ter lesões nas articulações e na musculatura pelo uso de andador.
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Paraolimpíadas: uma voz contra o aborto se eleva na Inglaterra
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Nos Jogos Paraolímpicos, o Reino Unido
mostrou ao mundo as qualidades e os potenciais das pessoas com
deficiências físicas ao mesmo tempo que suas leis abortistas discriminam
de modo veemente e chocante qualquer nova vida que venha afetada por
problemas físicos, mentais ou genéticos, rotulando essas pessoas como
‘qualidade de vida inaceitável’. O católico James Parker, coordenador da XIV edição dos Jogos Paraolímpicos de Verão, lançou um apelo aos cristãos e a todos os defensores da vida humana: desafiar os líderes e políticos para mudar as "leis anacrônicas e discriminatórias sobre o aborto", que hoje estão em vigor na Inglaterra. Parker é o primeiro leigo da história a servir como capelão durante os Jogos. Seu apelo foi lançado em uma entrevista pré-gravada pela Rádio Vaticano. Com os Jogos Paraolímpicos chegando ao fim, Parker falou do tempo que dedicou aos jogos e das conversas diretas que teve com os atletas. "A minha experiência na Vila Paraolímpica, residência de todos os atletas e dirigentes nas proximidades do Parque Olímpico, é a experiência de um lugar sagrado", disse ele. Parker acrescenta que, embora a vila esteja repleta de cadeiras de rodas, muletas, corpos de todas as formas e tamanhos, há "uma paixão vibrante e tangível pela vida". "Na vila, a alegria é palpável. É um lugar em que todo mundo é celebrado e honrado, tenha conseguido medalhas ou não, e cada pessoa está a serviço do seu vizinho. Isso me remete às palavras de São Lourenço, que, no ano de 258, recebeu a ordem de levar o tesouro da Igreja para o imperador Valeriano. O santo levou até o imperador os pobres, os aleijados e os mutilados e disse: 'Aqui estão as jóias da Igreja!'. Ele foi martirizado por causa deste gesto". Falando destes jogos, Parker observa que "lemos a palavra ‘sobre-humanos’ nos jornais, mas os atletas paraolímpicos não são diferentes dos outros seres humanos". "Ao hospedar os Jogos Paraolímpicos, o Reino Unido mostrou ao mundo as qualidades e os potenciais das pessoas com deficiências físicas. Porém, as leis nacionais discriminam de modo veemente e chocante qualquer nova vida que venha afetada por problemas físicos, mentais ou genéticos". Parker também afirma que, durante as conversas com os atletas, ficou surpreso ao descobrir que muitos não se davam conta de que, se tivessem sido concebidos na Inglaterra de hoje, provavelmente teriam sido abortados. "Se a Inglaterra quer um lugar de destaque no quadro de medalhas das próximas edições dos Jogos Paraolímpicos, terá que considerar seriamente a possibilidade de mudar as suas leis, para parar de discriminar o que agora é rotulado como ‘qualidade de vida inaceitável’. Jogos Paraolímpicos à parte, qualquer sociedade que queira ser próspera precisa dar mais valor à igualdade entre deficientes e não deficientes", reforça. "A comunidade cristã como um todo, juntamente com outras pessoas que partilham os nossos valores sobre a dignidade da vida humana, tem que continuar a tomar a iniciativa e, seguindo o exemplo de São Lourenço, trabalhar de uma forma significativa pela mudança das leis anacrônicas e discriminatórias do aborto", sustenta Parker. "Se este assunto não estiver entre as conclusões dos Jogos Paraolímpicos, é difícil imaginar uma nova oportunidade como esta, já que a sociedade britânica e o mundo estão celebrando as realizações incríveis de pessoas portadoras de deficiências físicas". |
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Como ensinar os filhos a tomar decisões
Ser responsável não é o mesmo que obedecer “ao pé da letra”. Ser responsável significa escolher. E decidir por si mesmo. Por isso, para ensinar as crianças a ser responsáveis há que dar-lhes as máximas oportunidades para tomar decisões.
APRENDER A DECIDIR BEM
PARA QUE SEU FILHO SEJA
RESPONSÁVEL
PARA QUE SEU FILHO SEJA
RESPONSÁVEL
Podemos ajudar nossos filhos aprender a decidir
dando-lhe muitas oportunidade para tomar decisões a curto, médio ou
longo prazo.
Deveremos, na medida do possível, evitar decidir por eles ou
intervir excessivamente em suas decisões. A medida que vão crescendo, os
pais devemos ser capazes de “ir soltando os nós” dando-lhes maior
autonomia e capacidade de decisão. Desde que são pequenos devemos habituar-lhes a decidir em assuntos que não tenham repercussões graves: por exemplo, a que queira jogar, que roupa quer colocar, que história quer que lhe leiam ...
Por exemplo, se seu filho de 11 anos lhe pede permissão para ir esquiar com o colega durante uma semana das férias, em lugar de responder-lhe diretamente que não, pode pedir-lhes que lhe ajude a tomar a decisão. Para isso convém que, primeiro, pense em outras alternativas a realizar, como por exemplo:
- Passear alguns dias das férias com a família.
- Ir visitar o avô, que está doente.
- Ficar-se em casa e, colocar-se em dia com os estudos ...
A seguir convém ensinar-lhe a valorizar os aspectos positivos e negativos de cada alternativa. Por exemplo, para ir esquiar:
- Positivos: convivência com os companheiros, fazer esporte ...
- Negativos: alto custo econômico, não tem equipe, o avô sentirá sua falta, atraso em seus estudos ...
Finalmente deverá tomar a decisão, enquanto é pequeno, com sua ajuda. Um vez tomada a decisão, deveremos acostumar-lhe a mantê-la e a “arcar com as consequências”.
Se, por exemplo, seu filho decide matricular-se este ano no basquete em lugar do futebol, uma vez tomada a decisão deve exigir-lhe que a mantenha, ao menos durante um tempo razoável.
Os pais devemos permitir a nossos filhos que se enganem às vezes em suas decisões. Se a criança sofre as consequência negativas de uma decisão certamente será mais rigoroso nas seguinte decisões que adota.
A hora de educar nosso filho para que aprenda a tomar as decisões deveremos ter em conta que cada filho é diferente, tendo em conta suas característica pessoais e sua maneira de ser:
EM EDUCAÇÃO NÃO HÁ RECEITAS,
CADA FILHO É DIFERENTE
É possível que seu filho seja muito IMPULSIVO: Isto é, dos que
primeiro atuam e depois pensam. O resultado é que frequentemente se
engana e suas decisões. Se este é seu caso pode ajudar-lhe:CADA FILHO É DIFERENTE
- Habituando-o a dar razões antes de atuar: por que deve fazê-lo assim?
- Incentivando-lhe a procurar outras alternativas ou possibilidades antes de decidir.
- Ensinando-lhe a valorizar objetivamente os aspectos positivos e negativos de cada tarefa.
É possível que o caso de seu filho seja o contrário: que seja INDECISO: isto é, pensa e repensa, encontra um mas para tudo, nada lhe convém, espera que os outros decidam por ele. Frequentemente, quando enfim se decide, já é tarde.
Deve ter em conta que uma conduta indecisa repetida indica que a criança não está desenvolvendo seu sentido da responsabilidade.
Além disso, existe uma relação evidente entre a capacidade para tomar decisões e a auto-estima: as crianças com baixa auto-estima não são capazes de enfrentar os riscos que implicam uma decisão. Portanto, se seu filho se mostra com frequência indeciso deverá preocupar-se por aumentar sua auto-estima.
Se este é seu caso pode ajudar-lhe:
- Concedendo-lhe um tempo limitado para tomar um decisão: “terá que dar-me a resposta amanhã”
- Expondo-lhe a muitas situações nas quais tem que decidir.
- Elogiando-lhe quando o faz, para que aumente sua confiança.
Outra possibilidade diferente é que seu filho se caracteriza por ser RÍGIDO em suas decisões: sempre faz as coisas da mesma maneira, não procura soluções novas e a custo de reconhecer seus erros. Se este for o caso, poderia ajudar-lhe:
- Sugerindo outras alternativas possíveis: “Este anos, em lugar de comemorar seu aniversário com uma festa em casa, podemos fazer uma excursão, ir ao cinema”.
- Ajudando-lhe a descobrir os nossos fatores que podem alterar a decisão: “Agora é maior, não há espaço na nova casa”.
- Ensinar-lhe que todos nós podemos enganar na vida e que retificar é de sábios.
O que podemos fazer os pais?
Os procedimentos para ajudar aos filhos a ser responsáveis se apoiam em quatro pontos:
a) O CORRETO EXERCÍCIO DA AUTORIDADE à hora de estabelecer algumas normas e limites: os pais devemos ser capazes de exercer a autoridade de forma coerente estabelecendo alguns limites e algumas normas de comportamento.
Desta forma, se seu filho conhece os limites, é capaz de tomar decisões e prever as consequência das mesmas. Seu filho deve saber pois, claramente, o que espera dele assim como as consequências que acarreta o incumprimento de suas responsabilidades.
Se, por exemplo, Paula e Inácio em ocasiões castigam a João e em outra passam por alto sua conduta quando não arruma suas coisas, a falta de coerência de sua conduta está prejudicando o desenvolvimento da responsabilidade. Tenha em conta um castigo leve mas que se aplica sempre por não cumprir uma norma é mais eficaz a longo do prazo que uma atitude incoerente e um castigo severo.
b) O Amor e carinho entre pais e filhos e A CONFIANÇA MÚTUA. Devemos demonstrar a nossos filhos, ainda que às vezes nos levemos a algum desengano, que confiamos neles. Que sabemos que são capazes de cumprir e esperamos o melhor deles.
A CONFIANÇA NOS FILHOS
É BÁSICA PARA SUA EDUCAÇÃO
Seu filho deve sentir que ele “é capaz”. Ensinar as crianças a
ser responsáveis incrementar sua sensação de poder e seu sentimento de
auto-estima.É BÁSICA PARA SUA EDUCAÇÃO
c) O DESENVOLVIMENTO MORAL e o progressivo conhecimento do bem e do mau. Ao redor dos 7 anos se produz o nascimento da consciência moral. A esta idade se tornam capazes de suspeitar e analisar os motivos e as consequência de suas ações, de descobrir o que é bom e o que é mau. Devemos, pois, aproveitar esta etapa para formar sua consciência em um ambiente de disciplina, carinho e exigência. Desta forma estaremos favorecendo o desenvolvimento da responsabilidade.
d) O EXEMPLO E O PRESTÍGIO DOS PAIS. As crianças copiam continuamente as atitudes de seus pais. Assim, por exemplo, se papai deixa sua roupa jogada quando de desvestem, será difícil inculcar em seu filho a responsabilidade de recolher seus objetos pessoais.
O EXEMPLO DOS PAIS
É BÁSICO NA EDUCAÇÃO
DA RESPONSABILIDADE
Os pais que são irresponsáveis e não lutam por corrigir-se não
podem ensinar seu filho a ser responsáveis. Se quando chegam tarde do
trabalho joga a culpa no trânsito; se esquece das promessas que fizeram a
seus filhos; se sempre ilude a tomar decisões e procura que os demais
decidam por você, se diz uma coisa e faz outra ... está atuando como
modelo para seu filho. É BÁSICO NA EDUCAÇÃO
DA RESPONSABILIDADE
Se educa dando bom exemplo ou esforçando-nos por corrigir nossos defeitos de forma que nossos filhos vejam que lutamos por melhorar.
Se atua de forma incoerente, seu filho será o primeiro em dar-se conta. De fato, não está fomentando a responsabilidade de seu filho quando:
- Se lembra das coisas que ele ”se esquece”.
- Faz seus encargos ou tarefas porque “é mais simples“
- Subestima a capacidade de seu filho e pensa que é menor do que realmente é.
- Qualifica seu filho de “irresponsável”.
- Superprotege a seus filhos e decide sempre por eles.
- Quando se enganam e você soluciona todas as dificuldades.
- Neste sentido há três tipos e pais aos quais lhes resulta especialmente difícil o responsabilizar a seus filhos:
Os pais que pretendem compensar a dureza do outro cônjuge protegendo a seus filhos. Estes frequentemente encobrem a seu filhos e carregam sobre si próprio a tarefa que não lhes correspondem para evitar problemas.
Por exemplo, a mãe que, quando os filhos trazem as más notas para casa, ou trazem uma parte com queixas do colégio, o oculta do pai para que não haja bronca. Ou o pai que, para evitar o mau humor de mamãe, quando chega cansada do trabalho em casa, recolhe as coisas que as criança deixam jogadas. Estes pais devem lembrar que, se bem a excessiva dureza é ruim para a educação dos filhos, todavia é pior a excessiva brandura e que a falta de coerência dos pais entre si prejudica seriamente a educação de seu filho.
PAI E MÃE
DEVEM ATUAR JUNTOS
Outro problema o constituem os pais excessivamente
perfeccionistas que não suportam que as coisas não estão certas que eles
querem. DEVEM ATUAR JUNTOS
Se, por exemplo, quando seu filho de 6 anos faz a cama e você fica atrás arrumando o que fez mal, ou se não deixa a ninguém ajudar na cozinha por medo a que sujem, ou se parece que a forma em que ordena seu marido a roupa da turma não é adequada ... depois não se queixe de que ninguém lhe ajuda.
SEMPRE É MELHOR UMA COISA
PRONTA REGULAR POR SEUS FILHOS
QUE UMA PERFEITA FEITA POR VOCÊ
Finalmente, têm especial dificuldade para educar na
responsabilidade aquele pai que superprotegem a seus filhos. Aqueles aos
quais lhes parece que o filho nunca é suficientemente adulto, que lhe
ajudam constantemente, lhe vigiam, lhe dizem o que deve colocar-se ...
ainda que ele seja capaz de fazê-lo perfeitamente por si próprio.PRONTA REGULAR POR SEUS FILHOS
QUE UMA PERFEITA FEITA POR VOCÊ
Tenha em conta que nossos filhos nos observam continuamente. Para que seu filho pense que se responsável vale a pena é importante que:
- Comporte-se de forma justa e não arbitrária.
- Que seu filho saiba claramente o que se espera dele.
- Saiba esclarecer algumas normas e limites claros.
- Seja coerente na aplicação dos castigos estabelecidos: perdoe ao filho, mas faça com que o sempre seja cumprido.
- Recompense seu filho por seu bom comportamento.
- Cumpra com o que disse.
Como atuar em situações cotidianas?
A – NO CUIDADO DAS COISAS:
A ordem em suas coisas é um dos aspectos que desde muito cedo devemos inculcar-lhes:
- Ordem em seus jogos: devem recolher sozinhos depois de usá-los.
- Ordem em suas roupas: que não devem deixar jogada e que devem cuidar de não romper.
- Ordem em seus livros e material escolar: que devem ter sempre em ordem quando o necessitam.
- Ordem no tempo: que respeitem a hora de ir à cama, de estudar, horário das refeições ...
Tenha em conta que o próprio sensitivo da ordem tem lugar entre 1 e 3 anos. Deve, portanto, começar logo para depois não lamentar-se.
DEVE ENSINAR-LHE
O VALOR DAS COISAS E
ACOSTUMAR-LHE A CUIDÁ-LAS
Para isso é importante que disponha das lembranças necessárias:
caixotes e caixas onde possa guardar as coisas em ordem, estojo onde
guarda o material ...O VALOR DAS COISAS E
ACOSTUMAR-LHE A CUIDÁ-LAS
Deve entender claramente que o cuidado de suas coisa é responsabilidade sua. Se perde ou estraga, sem motivo, suas coisas dever responde por isso. Se quando isto ocorre você é a encarregada de procurá-la ou de respondê-la estará fazendo um trabalho fraco.
Por exemplo, na situação familiar descrita a princípio do capítulo vemos como a mãe de João adota comportamentos que estão impedindo o desenvolvimento da responsabilidade em seu filho: Como, por exemplo, quando lhe busca no colégio e se dedica a vasculhar até encontrar tudo o que João perdeu nesse dia.
Se João perde sua lancheira, o mais adequado seria que no dia seguinte acordasse meia hora antes para ir até o colégio buscá-la. Se não a encontrar ele deverá falar com seu professor para explicar-lhe a situação e nesse dia comer na cantina pagando, se possível, com suas economias. Se, finalmente a lancheira não aparece, deverá economizar o dinheiro necessário para comprar outra.
Se seu filho perde o material escolar e “sobrevive” graças a que outras crianças lhes empreste lápis e canetas, pode chegar com ele a um acordo: como, por exemplo, revisar seu estojo todos as sextas-feiras. Uma vez revisado irá com ele à livraria e deverá comprar com seu dinheiro aquilo que falta.
Se quando Paula for buscar João no colégio não estiver pronto, não será uma má medida que caminhe e lhe “ir à pé” e que ele se vire sozinho ou que algum professor lhe leve para casa.
Se seu filho deixa todas suas coisas jogadas pela casa, pode chegar a um acordo com ele: As coisas que não estiverem em seu lugar serão requisitadas e deverá pagar uma multa, fixada previamente, para recuperá-las.
Algumas destas medidas podem parecer-lhe drásticas mas é a única forma de atuar quando seu filho se acostumou a atuar sem responsabilidade.
B – OS ESQUECIMENTOS
Há crianças que nunca se lembram das coisas que têm que fazer. Não que se neguem a fazê-las, mas para isso é necessário lembrar-lhes centenas de vezes. Isso sim, pode ficar tranquila que seu filho não tem nenhum problema de memória. Quando algo é importante para ele (uma partida de futebol, uma festa ...), não se esquece nunca.
Se esta descrição se encaixa em seu filho, você pode utilizar alguns truques para ajudar–lhe a lembrar:
- Escreva suas tarefas e coloque em um lugar visível, como por exemplo, no mural de seu quarto ou na geladeira da cozinha. Desta forma não terá a desculpa de que não sabia ou não se lembra de qual era sua obrigação.
- Assegure-se de que seu filho lhe escutou quando lhe pede algo. Faça com que deixe o que está fazendo e lhe olhe na cara. Pode pedir-lhe que repita o que lhe pediu.
- Não lhe repita nem, lhe lembre as coisas. Se o faz, a criança aprenderá que é você o responsável de lembrar-lhe das coisas. Assim se seu filho se esquece de tirar o lixo e você lhe lembra várias vezes que deve fazê-lo, ele aprende que nunca mais deverá preocupar-se por isso porque seus pais pensaram por ele.
- Estabeleça costumes e rotinas o mais regulares possíveis: Se seu filho, ao chegar do colégio, todos os dias deve fazer o mesmo, como guardar seu material, pendurar sua blusa, almoçar ... é mais fácil que se lembre.
- Não tenha medo a castigar-lhe por seus esquecimentos (sempre e quando a criança souber com antecipação, e estiver avisada, das consequências de um possível esquecimento).
- Dê bom exemplo e procure não esquecer das promessas que lhe faz. Pode utilizar também algum truque para lembrar-se (amarrar uma linha no pulso, mudar o anel de dedo ...)
C – A CRIANÇA QUE “ESCAPA”
Há crianças peritas em escapulir-se de suas obrigações. Estas crianças são especialistas em jogar a culpa nos demais de sua falta de responsabilidade.
Por exemplo, quando os pais se acostumam a lembrar a criança do que deve fazer, a criança assume que ela já não é responsável de lembrar-se. Se lhe acusa de não cumprir com suas obrigações, joga a culpa nos pais: “é que não me lembrei ...”.
Outras crianças são muito astutas e saboreiam os esforços de seus pais por educar-lhe adquirindo a fama de incompetentes ou irresponsáveis. Assim, por exemplo, uma criança pode fazer mal repetidamente uma tarefa para que seus pais cheguem à conclusão de que é melhor não pedi-lo. Também alguns maridos são peritos nesta tática.
Outras crianças fazem as coisa tão devagar que os pais, finalmente, preferem fazer eles mesmos.
Outros deixam tudo pela metade ou se queixam de não ser capazes. Se conseguem convencer disso a seus pais acabarão por fazê-las por ele.
Algumas sempre têm desculpas: dor de barriga, não se encontram bem, têm que fazer outras coisas mais importantes; nestes casos, se conseguem com esta estratégia sair-se com uma das suas, tenderão a repeti-la.
Desesperante também resultam aquelas criança que se limitam a cumprir ao pé da letra o que lhes pede. Se lhe pede que recolha seus jogos do chão os coloque em cima da cama ou, se lhe pede que recolha os pratos, se limita a amontoá-los.
A outras lhes encanta sentir-se vítimas: “pede tudo para mim” ”não me deixa fazer nada do que gosto”.
ATUE COM FIRMEZA
SE SEU FILHO PRETENDE
FUGIR DE SUAS RESPONSABILIDADES
Todas estas são simplesmente estratégias que as crianças
utilizam para tentar escapar de suas responsabilidades. Muitas
aprenderam conosco. Ante elas não resta outra saída senão a firmeza dos
pais. Estes devem deixar claro à criança quais são suas obrigações e por
que deve cumpri-las e não permitir que seus truques lhe sirvam para
escapar-se. Se o consegue terá aprendido que suas táticas são uma boa
maneira de sair-se com uma das suas.
SE SEU FILHO PRETENDE
FUGIR DE SUAS RESPONSABILIDADES
D – QUANDO É UM PRÓDIGO:
Algumas crianças se mostram especialmente irresponsáveis no que diz respeito ao uso do dinheiro. O deixam jogado pela casa, ou o gastam caprichosamente em bobagens, ou estão pedindo continuamente.
NOSSOS FILHOS DEVEM APRENDER
A UTILIZAR E VALORIZAR
ADEQUADAMENTE O DINHEIRO
Muitos pais se perguntam: a que idade a criança deve manejar o dinheiro? É bom ou ruim dar-lhe uma mesada? A UTILIZAR E VALORIZAR
ADEQUADAMENTE O DINHEIRO
Como já dissemos, a única forma de que seu filho se torne responsável é dando-lhe responsabilidades. Portanto, se quer que seja responsável com o dinheiro, terá que dispor de uma quantia para administrá-lo.
A princípio, para uma criança de 4 ou 5 anos não devemos dar-lhe mesada, mas é conveniente que disponha de um lugar (uma lata, um cofrinho) onde possa colocar o dinheiro. Terá que ser responsável com o dinheiro, terá que dispor de algo para administrá-lo.
Aos 7 anos pode ser uma boa idade para começar a dar-lhe uma pequena mesada com a intenção de que economize e vá juntando dinheiro para conseguir algum objetivo como um patins ou uma bola e também para poder reparar, com seu dinheiro as coisas que perde de seu material escolar, seu uniforme: desta forma começará a conhecer o valor das coisas e começará a administrar o dinheiro.
A partir dos 9-10 anos, resulta importante que se acostume a ter dinheiro no bolso para gastar. Se puder dê-lhe uma quantia fixa semanal, e melhor ainda mensal, a medida que se torne maior, para que aprenda a administrá-la.
A quantia deve fixar-se tendo em conta sua opinião e atendendo a suas necessidade reais. É conveniente que inclua uma quantia para gastos fixos: como ônibus e outros gastos variáveis.
Como regra geral, a quantia que pode entregar a seu filho deve ser menor e não esqueça que se trata de algo necessário para ele. Portanto, não há de utilizá-la como prêmio nem como castigo. Unicamente deverá cortá-la se a administração for ruim.
Convém que lhe ajude também a princípio a administrá-la bem.
Para isso é importante que conheça o valor das coisas. Pode pedir-lhe que lhe acompanhe às compras para que vá adquirindo o sentido de quanto custam as coisas.
Também convém fomentar nele o espírito de economia: Pode animar-lhe a economizar, para essa bola de futebol que tanto deseja, ou para comprar essas tiaras para o cabelo que tanto gosta.
A partir dos 12 anos devemos acostumar nossos filhos a que ganhem algum dinheiro trabalhando. Não convém gratificar economicamente aquelas atividade que são seu dever habitual: estudar, fazer seus encargos, mas pode recompensar-lhe por alguns trabalhos extra: arrumar o quarto de despejo, limpar o carro, vestir-se de palhaço na festa de seu irmão.
Não deve esquecer, em que sua educação referente ao uso do dinheiro, o ensinar-lhe a DAR. Convém que lhe faça consciente das necessidades dos demais e que reconheça seu dever de ajudar-lhe na medida do possível.
UM PLANO DE AÇÃO PARA JOÃO
Vamos mostrar um exemplo de um caso prático sobre como os pais podem estabelecer um plano de ação para atuar sobre o que comentamos anteriormente.
1 – SITUAÇÃO:
São muitos os campos nos quais teria que atuar para conseguir que João se responsabilizasse: em ordenar suas coisas, em suas tarefas escolares, em seus encargos familiares ... Haverá que ir pouco a pouco. Neste Plano de Ação vamos centrar neste último ponto: as responsabilidades no lar.
2 – OBJETIVOS:
- GERAL: Responsabilidade.
- ESPECÍFICO: Responsabilidade em seus encargo em casa.
3 – MEIOS:
Inácio e Paula (os pais) terão uma conversa com João. Entre os três pensarão em dois encargos dos quais João pode responsabilizar-se este mês. Lhe deixarão claro que é sua responsabilidade e que apenas se lembrarão uma vez. Fixarão um horário determinado para cumprir o encargo.
4 - MOTIVAÇÃO:
- Na conversa com João terão estabelecido a importância de que todos colaborem no andamento da família. Mamã e Papai necessitam de ajuda e contam com ele.
- Para ajudar-lhe colocarão em seu quarto uma folha com seu nome e os dois encargos que lhe corresponde junto com a hora máxima em que deve realizá-los.
- Cada dia que cumpre com seu encargo sem que tenham que dizê-lo lhe darão dois pontos (dois adesivos) e, se há que lembrá-lo uma vez, um ponto. Passado o tempo, mamãe ou papai o fará mas ficará sem pontos (não voltarão a se lembrar).
- Quando conseguir 25 pontos, papai lhe levará com ele a uma partida de futebol (que é sua aficção favorita).
– DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS:
- João escolheu dois encargos:
- Tirar o lixo (ao chegar do colégio antes das 8:30 hrs).
- Arrumar as camas (antes de jantar às 20:30 hrs).
- Os dois primeiros dias não houve que lembrá-los. Seus pais lhe cumprimentou efusivamente e lhe deram seus pontos. No terceiro dia se esqueceu, apesar de um aviso, e ficou sem ponto. A princípio tentou arrumar desculpas mas seus pais se mostraram inflexíveis. Nos dias seguintes o fez muito bem, ainda que às vezes requer um aviso. Já está com 19 pontos e a coisa parece que anda bem.
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